O Centro Asturiano de Madri acolheu a apresentação da primeira Bíblia traduzida para o asturiano, pelo departamento de traduções da Sociedade Bíblica, em 28 de outubro.
O asturiano é falado principalmente na região norte das Astúrias, mas algumas minorias nas regiões espanholas de Leão e Cantábria, bem como em Portugal, também falam a língua.
De acordo com os últimos dados oficiais do Estado, de 2018, cerca de 200.000 pessoas falam a língua asturiana.
Um trabalho de 30 anos
O evento foi aberto pelo Presidente do Centro das Astúrias, Valentín Martínez-Otero, que parabenizou e agradeceu a Sociedade Bíblica por todo o trabalho realizado.
Ele foi seguido por Luis Fajardo Vaquero, Diretor Geral da Sociedade Bíblica Espanhola; José Luis Andavert, coordenador do projeto de tradução da Bíblia para o asturiano; Ricardo Moraleja, coordenador do departamento de tradução da Sociedade Bíblica; e Manuel Álvarez, Presidente do Conselho de Administração da Sociedade Bíblica da Espanha.
Todos enfatizaram que a nova Bíblia asturiana é o resultado de um processo de tradução que já dura mais de 30 anos.
Os editores ficaram maravilhados por esta ser a primeira tradução completa da Bíblia para a língua asturiana, uma tradução realizada por uma equipe interdenominacional de estudiosos da Bíblia, linguistas e teólogos que começou em setembro de 1988.
Em entrevista ao site de notícias espanhol Protestante Digital, Moraleja explicou que “mais de 20 ou 30 pessoas de seminários, universidades e professores do ensino médio, escritores, teólogos, pastores compartilharam seus conhecimentos como revisores e consultores, criando uma obra de qualidade literária e religiosa sensibilidade, sem precedentes nas Astúrias”.
Um projeto difícil
Ele disse ainda que “a língua asturiana está em fase de normalização linguística”, pelo que foi difícil “conseguir que tradutores e linguistas concordem”.
“Também foi difícil encontrar pessoas com formação em asturiano e hebraico. Tivemos que ensinar hebraico a linguistas asturianos, para que pudessem fazer a tradução”, acrescentou Moraleja.
Segundo a coordenadora de traduções da Sociedade Bíblica, eles esperam que “a Bíblia se torne uma referência para o bom uso da língua asturiana. Nós queremos que seja o texto de referência em ambos os eclesiástica e esferas civil”.
Reações positivas
“Muitos consideram isso um marco histórico. Percebi reações entusiasmadas por ter toda a Bíblia disponível em asturiano; alguns pastores já o disseram”, disse à Protestante Digital José Luis Fernández, um dos evangélicos asturianos que participou da revisão do texto.
“Há uma reação cativante, não só dos fiéis, mas também de pessoas que não têm nenhum tipo de fé, mas que valorizam ter a Bíblia em sua língua, como um grande legado e um código de interpretação da cultura ocidental”, apontou fora Moraleja.
Material adicional
A tradução é acompanhada por notas que procuram esclarecer os aspectos históricos, geográficos, literários e culturais do texto, bem como oferecer outras opções de tradução possíveis, mas sem nunca entrar em questões de interpretação.
Também inclui materiais adicionais, como uma seção de referências paralelas; um extenso vocabulário dos principais termos bíblicos; uma sinopse histórico-literária; uma mesa de pesos, medidas e moedas; um esboço do calendário hebraico; e uma seção de mapas das terras bíblicas.