Manifestantes da esquerda, liderados pelo vereador Renato Freitas, do PT, invadiram a Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba (PR), neste sábado (5), interrompendo a celebração e gritando injúrias contra os fiéis presentes.
De acordo com a Arquidiocese de Curitiba, por volta das 17h, o grupo de manifestantes se reuniu no Largo da Ordem, em frente a Igreja do Rosário, para protestar contra os assassinatos do senegalês Moïse Mugenyi e do brasileiro afrodescendente Durval Teófilo.
No mesmo horário, acontecia a missa e foi pedido aos manifestantes que não tumultuassem e atrapalhassem a celebração religiosa. Neste momento, as lideranças do grupo incentivaram a invasão e dezenas de pessoas, com bandeiras do PT e do PCdoB, entraram no templo à força e começaram a gritar palavras como “racistas” e “facistas”.
Ignorando o pedido do padre para se retirarem a fim de continuar a missa, o vereador Freitas fez um discurso no meio da igreja. O petista acusou os católicos de serem coniventes com o racismo e com autoridades "fascistas", como um "policial que está no poder" que as pessoas de fé católica haviam apoiado.
Nesta segunda-feira (7), a Arquidiocese de Curitiba divulgou uma nota oficial sobre o incidente, classificando a ação dos manifestantes como "agressividades e ofensas". O documento, assinado pelo arcebispo dom José Antonio Peruzzo, destaca que "a posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa".
A nota ainda rechaçou as injúrias direcionadas a igreja católica e a seus fiéis e lembrou que a justiça e a paz não serão alcançadas com impulsividades desequilibradas.
“Desde a sua primeira inauguração, em 1737, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos sempre foi um lugar de veneração e de celebração da fé. Foram os escravos a edificá-la. Hoje, muitos afrodescendentes, a visitam. E o fazem em grupos ou individualmente. Sempre primaram pelo profundo respeito, até mesmo quando não católicos”, afirmou o documento.
O arcebispo dom José ainda afirmou que o principal desejo é preservar o direito de culto. “O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele Templo”, concluiu.
De acordo com o artigo 208 do Código Penal brasileiro, são crimes impedir ou perturbar a cerimônia de um culto religioso e escarnecer de alguém publicamente por motivo de crença religiosa. A pena prevista é de detenção de um mês a um ano ou o pagamento de multa.