O Partido dos Trabalhadores (PT) fez uma publicação onde informa, imprecisamente, a suposta diminuição no crescimento dos evangélicos durante o governo do presidente Jair Messias Bolsonaro. Como resultado, a matéria divulgada no site oficial do partido acabou sendo alvo de uma checagem.
A checagem foi realizada pelo Coletivo Bereia, que se apresenta como “uma iniciativa de organizações, profissionais, pesquisadores e estudantes de comunicação vinculados ao contexto da fé cristã.”
A intenção do PT foi demonstrar que durante os governos Lula e Dilma os evangélicos brasileiros teriam prosperado mais, numericamente e também através de medidas políticas.
O Coletivo Bereia, por outro lado, apontou que não é possível ter uma constatação estatística real sobre o crescimento dos evangélicos, pelo fato do país não ter realizado o censo nacional que deveria ter sido feito em 2020, mas que não pode ser efetuado devido ao corte de despesas durante a pandemia do novo coronavírus.
“Este déficit de dados torna especulativa qualquer informação que venha a defender um crescimento, ou diminuição, no número de práticas e de praticantes religiosos no país”, diz a checagem.
O PT, por sua vez, citou como fonte de informação dados levantados pelo Instituto Datafolha, vinculado ao jornal Folha de S. Paulo. A agência de checagem, contudo, explicou que esse tipo de pesquisa não é oficial, uma vez que representa apenas uma pequena amostragem.
“Os dados provenientes do Datafolha não são um parâmetro oficial adotado para mensuração do crescimento, ou não, no número de evangélicos ou de qualquer grupo religioso”, diz o Coletivo Bereia em sua matéria publicada no dia primeiro desse mês.
Assim, a checagem conclui que “os resultados alcançados pelo instituto da Folha de S. Paulo dizem respeito a um universo amostral menor do que a parcela colhida pelo IBGE, portanto, não podem ser utilizados para afirmação comparativa referente a governos.”