A fala de Genoino foi durante entrevista para o canal esquerdista Diário do Centro do Mundo (DCM). Ao ser questionado pela apresentadora Sara Vivacqua sobre o modo de atuação do PT junto às denominações cristãs, o ex-presidente nacional do partido disse que a postura daqui em diante deverá ser “de baixo para cima”.
“Com relação a essas igrejas nós precisamos atuar de baixo para cima e não repetir o erro que cometemos quando governamos, de atuar com as cúpulas”, disse ele, se referindo principalmente às igrejas neopentecostais, chamadas pela apresentadora de “máquinas de lavagem cerebral”.
Em outras palavras, Genoino argumenta que o PT deve, primeiramente, influenciar ideologicamente os fiéis, para só então atuar junto aos líderes, uma vez isso geraria uma pressão maior sobre os pastores.
Pagamento de impostos
Um dos quesitos apontados pelo petista contra as igrejas é o pagamento de impostos. Atualmente, por serem consideradas instituições que normalmente prestam diversos serviços à comunidade, as entidades religiosas em geral são isentas de tributos.
Essa isenção beneficia todas as religiões, tendo em vista a grande contribuição humanitária que as denominações e outras dão à sociedade, por exemplo, no tratamento da dependência química, oferta de cursos e inúmeros outros serviços custeados pelas instituições com base na oferta dos fiéis.
A própria cerimônia religiosa, por si mesma, é vista por inúmeros especialistas como um benefício na ordem da saúde mental, auxiliando a população no enfrentamento de doenças como a depressão e outros problemas psicológicos/emocionais.
Mas para Genoino, o trabalho do PT em seu novo governo também “tem de começar, por exemplo, pelo sistema tributário. Não são apenas as igrejas que não pagam impostos, os meios de comunicação também.”
Ele alerta que “é preciso muita habilidade, para que não coloquem que estamos perseguindo as igrejas”. Por isso, segundo ele, essa medida de cobrança tributária “não pode começar pelas igrejas”, supostamente para não parecer que o objetivo final é, de fato, alcançar as igrejas.
“Eles querem fazer o maniqueísmo da guerra santa. Nós vamos ter que fazer uma batalha no plano das ideias para só depois chegar aos finalmentes”, explica Genoino. Assista: