Nos últimos dias, o Quênia tem sido assombrado pela triste notícia de uma seita religiosa que incentiva os fiéis a jejuarem até a morte para “conhecer Jesus”. A Igreja Internacional das Boas Novas, liderada por Makenzie Nthenge, teve seus seguidores encontrados mortos, em valas comuns, na região de Malindi, leste do país. Até o momento, a polícia registrou a morte de 73 pessoas, mas ainda busca por outros corpos.
Alguns fiéis ainda estão escondidos jejuando, segundo a investigação. Além disso, 11 pessoas foram hospitalizadas após serem encontradas na floresta conhecida como Shakahola, onde o grupo se reunia para realizar cultos.
As investigações indicam que Nthenge, que está preso desde a semana passada, iniciou uma greve de fome enquanto está preso. A polícia ainda prendeu seis seguidores do pastor. A seita já havia sido alvo das autoridades no mês passado após a morte de duas crianças por inanição. O pastor foi detido e indiciado, mas pagou fiança e foi liberado. Após mais um massacre em massa, o presidente do Quênia, William Ruto, prometeu adotar medidas contundentes contra movimentos religiosos nebulosos.
O caso tem gerado indignação e perguntas sobre as ações das autoridades, que tinham conhecimento das atividades da seita desde 2017. A região onde ocorreu o massacre é uma área isolada e foi declarada “cena de crime”. O ministro do Interior classificou como um grande golpe e choque para o país, enquanto o secretário de Proteção da Infância no condado de Kilifi definiu como “massacres em massa”.
As práticas da Igreja Internacional das Boas Novas vão contra o que é ensinado pelas religiões tradicionais, que orientam o equilíbrio entre o corpo e a mente. O jejum é uma prática comum em várias religiões, mas desde que feito com moderação e orientação de profissionais de saúde.
Ainda não se sabe ao certo quantos seguidores da seita estão escondidos na mata, mas a polícia segue em busca de novas vítimas. A situação é triste e chocante, e reforça a necessidade de ações preventivas e de controle do fanatismo religioso. O Quênia e o mundo todo lamentam as mortes dos seguidores da Igreja Internacional das Boas Novas, e espera-se que o caso sirva de lição para evitar novas tragédias como essa.