O pastor e teólogo Guilherme de Carvalho, diretor da L’Abri Fellowship Brasil e presidente da associação Cristãos na Ciência (ABC2), fez uma publicação em suas redes sociais para comentar uma matéria da BBC a respeito da “multiplicação de templos” no Brasil.
Segundo Carvalho, “várias explicações interessantes e verdadeiras foram dadas” a respeito do crescimento do número de templos no país, mas algo teria lhe chamado mais atenção, que é a preocupação da “esquerda nacional” e dos “laicistas” com essa realidade.
Líder da Igreja Esperança em Belo Horizonte, Carvalho destacou que “a força da própria fé evangélica” é o que explica o crescimento dos templos evangélicos no Brasil, mas que isso se dá, também, em face à liberdade religiosa existente no país.
Somada à liberdade está a facilidade burocrática por parte do Estado, que legalmente não dificulta o exercício dos cultos religiosos. Isto, segundo o teólogo, seria o grande alvo dos que desejam dificultar o crescimento evangélico no país.
“Essa liberdade está na mira dos laicistas. Há importantes setores da esquerda nacional que gostariam de tomar ‘providências’ diante da ameaça que o crescimento evangélico coloca à sua hegemonia”, pontua Carvalho.
Outros setores
Para Guilherme de Carvalho, essa oposição também está presente na “elite cultural progressista”, bem como no “jornalismo, academia e judiciário”. O teólogo frisou que até mesmo alguns líderes religiosos estariam interessados em frear a multiplicação de templos no país.
“A facilidade para a abertura e manutenção de templos religiosos no Brasil, que é uma das joias da liberdade religiosa no país, já está no radar de juristas, pastores progressistas e jornalistas”, diz Carvalho. “Ao lado das imunidades tributárias das igrejas, os registros cartoriais, alvarás e a capacidade de abrir contas bancárias são alvos possíveis.”
Além das ações em nível burocrático, outras iniciativas podem ser consideradas formas de fazer frente ao crescimento evangélico nacional, neste caso, ligado à tradição cristã histórica, também chamada de ortodoxa por alguns.
Uma dessas iniciativas seria a criação de uma “igreja” vinculada a um partido, como o Partido dos Trabalhadores (PT), conforme Washington Quaquá, vice-presidente dessa legenda, já anunciou no ano passado.
“Estamos montando o estatuto da igreja e já temos até nome. Será igreja Jesus Libertador. Temos que fazer essa disputa de narrativa na sociedade de maneira mais orgânica”, disse ele na ocasião.