Talibã proíbe gravatas por “simbolizar a cruz de Jesus Cristo”
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Publicado em 29/07/2023

As autoridades do Talibã estão buscando eliminar o uso da gravata no Afeganistão, considerando-a um símbolo cristão que não está de acordo com a lei islâmica. Mohammad Hashim Shaheed Wror, chefe da Diretoria de Convite e Orientação, disse que a gravata representa um simbolismo óbvio no Islã e, portanto, deve ser quebrada e eliminada.

“Às vezes, quando vou a hospitais e outras áreas, um engenheiro ou médico afegão muçulmano usa uma gravata. O que é uma gravata? É a cruz. A Sharia determina que você deve quebrá-la e eliminá-la”, disse Mohammad Hashim Shaheed Wror, em um discurso transmitido pela TV.

Sendo assim, o Talibã assumiu o controle do Afeganistão em agosto de 2021, mas até o momento não impôs regras de vestimenta para homens, embora as mulheres sejam obrigadas a cobrir-se com o hijab em público.

De acordo com France 24, enquanto algumas roupas ocidentais casuais se tornaram menos comuns após a tomada do Talibã, ainda é possível ver alguns profissionais, como engenheiros e apresentadores de TV, usando gravata e colarinho.

Dessa forma, para as autoridades do Talibã, a gravata é vista como uma representação da cruz cristã, o que a torna inaceitável sob a lei islâmica. Essa não é a primeira vez que autoridades afegãs tentam impor regulamentos de vestimenta à população.

Assim, durante a ocupação soviética de uma década, iniciada em 1979, os funcionários do governo foram desencorajados a usar trajes tradicionais e instruídos a vestir ternos.

Além disso, durante sua insurgência de duas décadas, os combatentes do Talibã usavam trajes tradicionais afegãos, conhecidos como shalwar kameez. No entanto, desde que assumiram o poder, introduziram uniformes militares modernos para as forças armadas.

Por fim, embora não tenham sido oficialmente proibidas, as gravatas estão sendo desencorajadas pelas autoridades do Talibã, por ir contra a Sharia. Isso pode levar a uma mudança na forma como algumas pessoas se vestem no país.

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